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Cultivo racional é o sistema que gera o menor impacto possível quando comparado a sistemas tradicionais de cultivo, onde o objetivo nem sempre é a preservação. Pode-se adotar e desenvolver uma agricultura racional utilizando produtos convencionais, como adubos químicos, defensivos químicos, etc., que degradam e poluem menos do que sistemas pouco conservacionistas, se usados adequadamente. Por outro lado, pode-se, da mesma forma, produzir racionalmente adotando toda e qualquer prática alternativa sem usar ou dar preferência a produtos já consagrados, como produtos químicos que dominam o mercado e que foram, indiscutivelmente, responsáveis pelo grande avanço da agricultura e produção de alimentos no mundo. É uma questão de opção, ou quem sabe de idealismo.

Há que esclarecer que cultivo racional é cultivo sustentável, no entanto, não é a mesma coisa que cultivo orgânico, não sendo proibido o uso de fertilizantes químicos ou agrotóxicos. Mas, as aplicações devem ser feitas de forma controlada e somente quando necessárias, através de um conjunto de práticas, como manejo integrado de pragas e doenças, controle biológico de pragas de solo, emprego de fontes alternativas de nutrientes, uso de bioativadores, emprego de fontes de nutrientes e corretivos oriundos de rochas moídas ou subprodutos, aproveitamento de resíduos na agropecuária, Plantio Direto, rotação de culturas, entre outras. Ao invés de se usar defensivo químico (agrotóxico ou veneno – se não fosse veneno não apresentava no rótulo o símbolo consagrado:  com o dizer “cuidado veneno” – embora alguns vendedores de defensivos químicos se sintam ofendidos quando alguém considera estes produtos como veneno, mas eles matam, portanto, ...) pode-se usar por exemplo a rotação (veja bem, não é sucessão, é rotação) soja-milho para controle de nematóide de cisto da soja, ou vespinhas ou moscas para combater a largata do cartucho e outras lagartas que atacam muitas culturas, e outras dezenas de alternativas para outras pragas ou doenças.

Cabe ressaltar que a produção sustentável visa o respeito pelo meio ambiente, pelos recursos naturais, pelos agricultores, pelos consumidores finais e, além disso, pela melhoria de vida do produtor rural, pois reduz o custo de produção e agrega valor ao produto final. Não há sutentabilidade sem benefícios econômicos, ecológicos e santários; e no final, todos integrantes da cadeia produtiva, finalizando no consumidor acabam ganhando com o cultivo racional, sustentável, independente de ser total ou parcialmente químico ou orgânico.

O ponto de partida para o sucesso com cultivo racional é o planejamento das atividades definindo-se, antecipadamente, se o cultivo será feito com as práticas convencionais ou com práticas alternativas, sem uso de produtos químcos convencionais. Qualquer que seja a opção tem que se ter em mente que o objetivo final é produzir bem, a custo acessível, respeitando o meio ambiente e se preocupando com o consumidor final. Muitas vezes é mais viável intercalar práticas convencionais com práticas alternativas.

Até por questões ideológicas é importante mencionar que práticas alternativas apresentam vantagens em relação às práticas convencionais, de certa forma. Por exemplo, pode-se citar o uso de controle biológico em comparação com o uso de defensivos químicos. O controle natural apresenta baixo ou nenhum impacto ambiental comparativamente, além de não apresentar resistência quanto ao princípio ativo, com o uso contínuo do controle químico, e não deixar efeito residual, permitindo a comercialização e consumo logo após o uso das alternativas de controle. No entanto, parece ser crime optar por estas alternativas de produção e os idealistas, defensores destas práticas para agricultura sustentável, são constantemente agredidos quando expõem suas opiniões. Mas, felizmente, o mundo todo se volta para estas alternativas e os sistemas convencionais de cultivo com uso indiscriminado de pacotes preventivos e desnecessários parecem estar com os dias contados.

Não é por acaso que fontes de nutrientes à base de aminoácidos, enzimas e ácidos orgânicos estão em evidência e têm, atualmente, uma demanda e entendimento crescentes nos diversos sistemas de cultivos. Isto porque a sustentabilidade está na moda e é um dos assuntos mais discutidos, envolvendo o sistema produtivo atual: solo-meio ambiente-produtores rurais-consumidores. O sistema produtivo tende a adotar conceitos para produção vegetal, aliando todas as alternativas inovadoras para se produzir bem, em todos os aspectos, concernentes com o conceito de sustentabilidade.

Cultivar com sustentabilidade é cultivar também o solo e não só a planta, ou seja, parte-se do princípio que um solo sadio, bem nutrido, equilibrado química e biologicamente, com bom suprimento de umidade, será capaz de permitir o desenvolvimento de plantas altamente produtivas sem degradar o solo. Sem se pensar em sustentabilidade, trata-se apenas da planta, isto é, se fornece a ela apenas o necessário para produzir naquela safra sem promover uma produção da fertilidade e da biologia do solo. É imprescindível um acompanhamento profissional e um monitoramento do solo e da planta através de análises de solo e de folha, monitoramento de pragas e doenças, preparo adequado do solo, cuidados na colheita e manejo do solo pós-colheita, deixando-o sempre coberto com palhada ou resíduos vegetais. A cobertura do solo com resíduos dificulta a emergência de plantas indesejáveis, reduzindo a necessidade do uso de controladores de mato. A rotação de culturas, alternando gramíneas e leguminosas, além de controlar pragas e doenças, aumenta a matéria orgânica e preserva a fertilidade do solo, contribuindo para um menor uso de fertilizantes e mantendo a produção. 

Aviso Legal
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Dr. Jeferson Antônio de Souza, engº grº
28/10/2010 22:57:43
RESPOSTA DO AUTOR A COMENT-RIO DE LEITOR - em ediþÒo anterior:

Como profissional sÚrio, responsßvel, respeitador do meio ambiente, preocupado com os sistemas de cultivo, com o produtor rural e com o consumidor de produtos agrÝcolas, me sinto na obrigaþÒo de responder Ó pessoa que fez a crÝtica ao meu artigo do mÛs de setembro, o qual reproduzo abaixo para nÒo ficar qualquer d·vida. Me refiro ao crÝtico como ô Ó pessoaö, porque nem ao menos ele, o crÝtico, se identificou profissional ou intelectualmente, portanto, nÒo se ofenda por este tratamento, por favor.
Comentßrio:
Gustavo Castro - 28/9/2010 09:39:42
Tem que chamar o CREA pra ler uma atrocidade como esta. Um Doutor chamando Defensivo agrÝcola de VENENO, afirmando que estes acabam com a matÚria orgÔnica do solo. Muito triste ver como uma pessoa formadora de opiniÒo coloca os ideais a frente da pesquisa sÚria e baseada em dados.

Resposta:
Consultando sites sobre o assunto (http://pt.wikipedia.org/wiki/Veneno; http://valsaq.blogspot.com/2007/05/mas-afinal-o-que-o-veneno.html - acessados em 20/10/2010, entre 14:30 e 15:00 e http://www.guiapresidenteprudente.com.br/ defensivos-agricolas-e-agrotoxicos.html - acessado em 21/10/2010 as 15:12), encontrei: Um veneno consiste em qualquer tipo de substÔncia t¾xica, seja ela s¾lida, lÝquida ou gasosa, que possa produzir qualquer tipo de enfermidade, lesÒo, ou alterar as funþ§es do organismo ao entrar em contato com um ser vivo, por reaþÒo quÝmica com as molÚculas do organismo. A diferenþa entre uma substÔncia venenosa e uma substÔncia farmacÛutica ou mesmo nutricional Ú a dose administrada ou acumulada no corpo mas, em geral, um veneno Ú mortal em determinada dose e sem qualquer funþÒo terapÛutica.
O uso de defensivos agrÝcolas consiste hoje em dia no principal mÚtodo de luta contra as doenþas e pragas que alÚm de atacarem as lavouras, criam grandes problemas para o agricultor, afetando tanto sua economia como sua sa·de. AtravÚs do uso de defensivos agrÝcolas, muitas perdas nas diversas culturas podem ser evitadas. Os defensivos agrÝcolas reduzem consideravelmente perdas causadas por insetos, plantas daninhas e fungos patogÛnicos. Comparando a produþÒo agrÝcola com e sem o uso de defensivos, o uso de defensivos mostra um resultado muito superior em produtividade e qualidade. Com o uso de defensivos agrÝcolas as perdas nas lavouras caem para 42%.
Agrot¾xico Ú um tipo de insumo agrÝcola. Os agrot¾xicos podem ser definidos como quaisquer produtos de natureza biol¾gica, fÝsica ou quÝmica que tÛm a finalidade de exterminar pragas ou doenþas que ataquem as culturas agrÝcolas.
Todos os agrot¾xicos, defensivos agrÝcolas, adjuvantes usados na agricultura trazem o sÝmbolo: "caveira" com o complemento ôCUIDADO VENENOö. Isto porque exterminam, matam, portanto, S+O VENENO, queiram ou nÒo. E se o CREA tem que ver o meu artigo, antes ele terß que rever ou opinar sobre os r¾tulos dos produtos defensivos, entÒo indevidamente usados, portanto, o sÝmbolo mundialmente conhecido que identifica um veneno nÒo pode estar rotulando produtos que nÒo sÒo veneno.
Quanto aos ôdefensivos agrÝcoloasö û agrot¾xicos ou veneno acabarem com a matÚria orgÔnica, parece que o leitor, indignado por opiniÒo contrßria Ó sua nÒo prestou atenþÒo no texto. Os venenos nÒo acabam com a matÚria orgÔnica, reduzem a populaþÒo microbiana, porque matam a praga, eliminam a doenþa, mas tambÚm os inimigos naturais. A eliminaþÒo ou reduþÒo destes reduz a atividade da matÚria orgÔnica, tornado-a nÒo disponÝvel para as plantas que tem nela, na matÚria orgÔnica, uma importante fonte de nutrientes e de outros benefÝcios ao sistema. Se ficou d·vida, entre em contato comigo que terei imenso prazer em esclarecer e elucidar toda e qualquer d·vida (jeferson@biosolos.com.br).

Por falar em pessoa formadora de opiniÒo e que coloca os ideais a frente da pesquisa sÚria e baseada em dados, tenho a dizer que desde 1985 sou pesquisador em solos e nutriþÒo de plantas de uma das instituiþ§es importantes, a Empresa de Pesquisa Agropecußria de Minas Gerais, EPAMIG, e sou respeitado por pesquisadores de nome e reconhecimento pelo meu ideal e responsabilidade, nÒo por interesse. Sou idealista e profissionais idealistas nÒo tem preþo e vÒo em busca de um ideal porque acreditam nele sem, contudo, contestarem resultados comprovados da pesquisa. Tem um objetivo que Ú razÒo de sua pesquisa e de seu empenho. Contudo, profissionais ou nÒo que nÒo tem ideal, nÒo sÒo idealistas, tem um preþo, e defendem os resultados confißveis ou nÒo, de quem paga mais. E no nosso meio existem muitos, e mundialmente reconhecidos. Isso sim Ú triste, mas estes, com toda minha honestidade, nÒo me atingem e nem me fazem frente. Sou responsßvel pelo que faþo e muito reconhecido pela forma como atuo. E sou satisfeito com isso.

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